Dois ditados contraditórios norteiam uma boa parcela da população no que diz respeito ao conhecimento. Há aqueles que acreditam que “em terra de cegos, quem tem olho é rei”. Estes se dedicam com afinco à busca de saberes e diferenciais que os permitam evoluir com conhecimentos renovados e aprendizados constantes. No extremo oposto há quem pense que “a ignorância é uma benção”.
Em qual polo você se colocaria? Qual tem sido efetivamente sua forma de lidar com o cultivo pela busca de conhecimentos para sua vida, seja na esfera profissional, familiar, social ou espiritual? O quanto se dedica, de fato, a buscar aquele algo a mais para si e sua vida?
O exagero da primeira atitude pode levar sim a uma angústia ocasionada por uma ambição desmedida, em que nunca nada está bom o suficiente, e com isso, a pessoa se sente sempre devendo, exponenciando suas metas e projetos de vida, muitas vezes a patamares inatingíveis, beirando o perfeccionismo. Muitos adultos, antigamente, eram educados assim: trabalhar, trabalhar, trabalhar incansavelmente e ter inúmeras graduações e cursos extras sendo que o merecido descanso viria somente ao final da vida, com a aposentadoria.
As coisas mudaram. Por um lado, hoje se sabe que nem é aconselhável que uma pessoa se aposente ‘da vida’ de forma integral, uma vez que continuar tendo laços, desafios e até uma ocupação profissional, mais leve, claro, nos permite manter a saúde mental e o senso de pertencimento. O fato é que hoje em dia vivemos uma certa cultura que cultiva o “saber sobre tudo”, mas com quase nada de profundidade. Muitas vezes nos norteamos por manchetes e informações de grupos de WhatsApp ou redes sociais, sendo muitas vezes manipulados sem que sequer percebamos.
Assim, vai se instalando, pouco a pouco, em muitas pessoas, uma certa preponderância ao cinismo e à indiferença diante de vários fatos nocivos que estão acontecendo bem debaixo de nossos narizes. Só para citar alguns exemplos, é simples perceber que nunca fomos tão sedentários, tão conectados e até viciados em telas, tão violentos de forma sistêmica.
Estamos normalizando uma vida doentia, apressada, raivosa e superficial, mas isso não precisa ficar assim. Entender a história nos permite superar o status quo.
Não podemos cair na armadilha de educar os filhos de forma cega, viciando-os em ser atendidos, permitindo, por exemplo, o consumo de bebidas em plena adolescência ou o uso de telas na madrugada, trazendo graves prejuízos ao seu desenvolvimento.
Educação não pode ser território de palpitismo (“Eu acho”), muito menos narcisismo (“Eu quero que meu filho tenha privilégios especiais”). Educação é fruto de uma boa parceria entre a família e a escola, na qual ambas se ajudam tanto na curadoria de informações relevantes, como sobre estratégias para que o andamento e rendimento escolares alcancem a excelência.
Fica aqui o convite: pelo menos 1 hora das 168 que você tem ao seu dispor toda semana, dedique-se a estudar mais sobre autoconhecimento, educação de filhos na atualidade, relações humanas, comunicação não violenta, e outros temas relevantes. Pelo menos 1 minuto em sua manhã ou no meio da tarde, pare o que estiver fazendo e se pergunte se sua mente está ali de verdade, com foco e presença. Dedique-se a cultivar o que importa de verdade em sua vida.
Como dizia Confúcio: “Quem pergunta pode parecer tolo por 5 minutos, mas quem nunca pergunta se mostra tolo para sempre”.